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O que são os Pontos de Umbanda?

Ponto de Exu (Caveira) - Folha da Bananeira

 



Ponto de Exu (Caveira) - Folha da Bananeira

Por:Juliana D Passos (Canal Macumbaria)


Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exu Caveira
Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira

Quando o galo canta é madrugada
Foi Exu na encruzilhada, batizado com dendê
Rezo uma oração sempre pra frente
Eu queimo fogo e a chama ardente aquece Exu, ô Laroiê
Eu ouço a gargalhada de Tranca Ruas
É, Caveira, o enviado dos quatro cantos da rua
É ele quem comanda o cemitério
A catacumba tem mistério, seu feitiço tem axé
Ê, Caveira

Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exu Caveira
Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira

Na calunga, quando ele aparece
Credo e cruz, eu rezo prece pra Exu, dono da rua
Sinto a força deste momento
E firmo o meu pensamento nos quatros cantos da rua
E peço a ele que me proteja
Onde quer que eu esteja ao longo desta caminhada
Confio em sua ajuda verdadeira
Ele é Exu Caveira, senhor das encruzilhadas
Ê, Caveira!

Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exu Caveira
Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira

(Laroiê, Exu Caveira!) 




Uma Análise Profunda do "Ponto de Exu (Caveira) - Folha da Bananeira" por Juliana D Passos

A música e a religiosidade andam de mãos dadas na cultura brasileira, e um exemplo vívido disso é o "Ponto de Exu (Caveira) - Folha da Bananeira", interpretado por Juliana D Passos do Canal Macumbaria. Este ponto, mais do que uma simples canção, é um convite para mergulhar nos mistérios e na essência da Umbanda, uma religião profundamente enraizada nas tradições afro-brasileiras. Como praticante de Umbanda, proponho uma análise deste ponto, não só em sua forma, mas também no contexto espiritual e cultural, abordando especialmente a questão do preconceito associado à figura de Exu.

A Essência de Exu Caveira

Exu Caveira, na Umbanda, é uma entidade de grande poder e respeito. Diferentemente do que muitos acreditam, Exu não é uma entidade malévola. Na verdade, Exu é o guardião das encruzilhadas, o mensageiro entre o mundo material e o espiritual, um ser de grande sabedoria e justiça. O ponto "Ê, Caveira, afirma ponto na folha da bananeira, Exu Caveira" reflete essa dualidade e complexidade. Ele é o senhor das encruzilhadas, tanto literal quanto metaforicamente, indicando os caminhos e protegendo contra energias negativas.

A Letra e Seu Significado

"Quando o galo canta é madrugada / Foi Exu na encruzilhada, batizado com dendê" - estas linhas evocam a imagem do amanhecer, um momento de transição, simbolizando a própria natureza de Exu como aquele que habita os limiares. O dendê, um óleo sagrado na cultura africana, é usado aqui para representar a consagração e a força de Exu.

As repetições de "Ê, Caveira" não são apenas um refrão musical, mas também uma invocação, um chamado para Exu Caveira se manifestar e atuar. A folha da bananeira, mencionada no ponto, pode ser interpretada como um símbolo de resistência e flexibilidade, qualidades essenciais para enfrentar as adversidades da vida.

Exu na Encruzilhada do Preconceito

Infelizmente, Exu é frequentemente mal interpretado e associado injustamente a forças malignas, especialmente devido à influência da demonização cristã. Este ponto de Juliana D Passos é uma oportunidade de esclarecimento e ressignificação. A Umbanda, como religião de matriz africana, sofreu e ainda sofre com o estigma e a falta de compreensão por parte da sociedade predominantemente cristã. É crucial entender que Exu, como entidade umbandista, não tem correlação direta com o conceito cristão do mal.

Conclusão

"Ponto de Exu (Caveira) - Folha da Bananeira" é mais do que uma canção; é uma expressão de fé, um ensinamento espiritual e um manifesto contra o preconceito. Juliana D Passos, com sua voz e interpretação, traz não apenas uma melodia, mas uma mensagem de força, proteção e sabedoria. Ao entendermos melhor a figura de Exu e a profundidade de pontos como este, podemos nos aproximar mais da verdadeira essência da Umbanda e de suas raízes culturais e espirituais. Este ponto é um convite para abrir nossos corações e mentes, superando preconceitos e abraçando a rica diversidade espiritual do Brasil.

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