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A História da Umbanda: Origens, evolução e diversidade
A Umbanda é uma religião afro-brasileira que se originou no início do século XX. Ela tem como base a mescla de elementos africanos, indígenas e europeus, que resultou em uma crença sincrética, com forte influência do Kardecismo.
Além disso a Umbanda vem se desenvolvido e diversificado ao longo dos anos, criando um mosaico cultural e espiritual que ressoa profundamente com milhões de seguidores.
Aqui no Terra de Oxóssi vamos abordar a história da Umbanda, desde suas origens até a diversidade de suas correntes e práticas atuais.
Origens da Umbanda
A Umbanda foi fundada em 1908 por Zélio Fernandino de Moraes no Rio de Janeiro, após a manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas em uma sessão espírita.
O que significa Umbanda?
A palavra Umbanda tem origem no vocabulário quimbundo, de Angola, e significa “arte de curar”. Os fundamentos da Umbanda são baseados em três conceitos: Luz, Caridade e Amor
A Umbanda tem fortes raízes no Kardecismo, movimento espírita fundado por Allan Kardec, que se difundiu amplamente no Brasil a partir da segunda metade do século XIX.
A influência do Kardecismo pode ser vista na organização das sessões, que geralmente envolvem a incorporação de espíritos, a mediunidade e a busca por evolução espiritual.
Evolução da Umbanda
Durante as primeiras décadas do século XX, a Umbanda se desenvolveu de forma diversa, com a fusão de diferentes elementos culturais e religiosos. A Umbanda se espalhou pelo Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Sul, mas também em outros países da América Latina.
Durante os anos 1940, o escritor Woodrow Wilson da Matta e Silva apresentou a Umbanda como ciência e filosofia, criando a Escola Iniciática da Corrente Astral do Aumbhandan, a Umbanda Esotérica na Tenda Umbandista Oriental, em Itacuruçá, no Rio de Janeiro. É uma corrente que valoriza o estudo das ciências ocultas e a filosofia esotérica.
A partir dos anos 1950, os setores mais humildes da população umbandista, compostos por negros e mulatos, começaram a questionar o distanciamento da Umbanda das práticas africanas.
A Umbanda branca, que se opunha à tendência de recuperar os valores africanos presentes na religiosidade popular, passou a ser vista como elitista e perdeu espaço para correntes mais ligadas às tradições africanas, como a Umbanda de Caboclo e a Umbanda de Angola.
Diversidade na Umbanda
Hoje, a Umbanda é uma religião diversa, com diferentes linhas e correntes que se desenvolveram ao longo do tempo. Apesar de sua origem afro-brasileira, a Umbanda também incorporou elementos de outras culturas, como a indígena e a européia, o que a tornou uma religião rica em simbolismo e práticas rituais.
Uma das correntes mais conhecidas da Umbanda é a Umbanda branca, que surgiu no início do século XX e tem como base a doutrina espírita codificada por Allan Kardec. Essa corrente é caracterizada pela crença na reencarnação e na comunicação com os espíritos, através dos quais os médiuns recebem mensagens e orientações para ajudar os fiéis.
Outra corrente importante da Umbanda é a Umbanda esotérica, que foi criada na década de 1940 pelo escritor Woodrow Wilson da Matta e Silva. Essa corrente é baseada em conceitos da teosofia e do ocultismo, e defende a existência de uma hierarquia espiritual que governa o universo.
Além dessas correntes, existem diversas outras linhas e sub-linhas da Umbanda, cada uma com suas próprias características e práticas. Algumas dessas correntes são mais próximas das tradições africanas, enquanto outras são mais influenciadas pelas religiões indígenas e européias.
Apesar das diferenças, todas as correntes da Umbanda têm em comum o respeito à natureza, a crença em um ser supremo e na existência de espíritos que podem auxiliar os seres humanos em suas necessidades. Essa diversidade é uma das principais riquezas da Umbanda, pois permite que cada fiel possa encontrar a corrente que melhor se adapte às suas crenças e necessidades espirituais.
A Umbanda no Brasil
A Umbanda se espalhou rapidamente pelo Brasil, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, e hoje é uma das religiões mais populares do país. Ela é conhecida por sua conexão com a natureza e por sua ênfase na caridade e na cura.
A diversidade na Umbanda se manifesta de várias maneiras. Existem diferentes tipos de entidades que podem ser incorporadas pelos médiuns, incluindo caboclos, pretos-velhos, crianças, boiadeiros e muitos outros. Cada tipo de entidade tem sua própria personalidade, história e maneira de trabalhar.
Além disso, a Umbanda também abraça uma variedade de influências culturais. Ela tem raízes africanas, mas também incorpora elementos do espiritismo, do catolicismo através do sincretismo e de outras tradições religiosas. Essa diversidade cultural é uma das razões pelas quais a Umbanda é tão rica e fascinante.
Veja também: Santos Católicos na Umbanda
Apesar dessas diferenças de opinião, a Umbanda continua a crescer e evoluir, e muitos praticantes veem a diversidade como uma força positiva que enriquece a religião. No final das contas, a Umbanda é uma religião de amor, luz e caridade, e esses valores fundamentais unem seus seguidores em uma busca comum pela cura e pela evolução espiritual.
Conexão com a Natureza e Caridade
A Umbanda é notória por sua profunda conexão com a natureza e ênfase na caridade e cura. Ela se espalhou rapidamente pelo Brasil, tornando-se especialmente popular no Rio de Janeiro e São Paulo. A diversidade na Umbanda se manifesta também nas entidades incorporadas pelos médiuns, como caboclos, pretos-velhos, crianças e boiadeiros, cada um com suas características distintas.
Os Orixás na Umbanda
Os sete principais orixás da Umbanda são Iemanjá, Ogum, Oxalá, Oxossi, Xangô, Iansã e Oxum. Cada um deles tem um papel específico em nossa religião, desde a proteção em batalhas até a fertilidade e prosperidade. Além desses sete, também trabalhamos com outros orixás, como Nanã e Omulú, que têm sua própria importância em nossas práticas.
Na Umbanda, nós vemos os orixás como guias espirituais que estão sempre ao nosso lado, nos ajudando e protegendo. Por isso, é importante sempre honrá-los e respeitá-los em nossas práticas religiosas, oferecendo oferendas e agradecimentos. Eles são uma parte fundamental de nossa religião e nos ajudam a encontrar força, coragem e orientação em nossas vidas.
- Veja também: Quem São os Orixás na Umbanda?
Explorando os Orixás na Umbanda
Na Umbanda, os orixás são considerados entidades sagradas, representações divinas de forças da natureza e aspectos vitais da existência humana. Eles são fundamentais na prática religiosa, oferecendo orientação, proteção e insights espirituais aos seus seguidores. Cada orixá possui características únicas, simbolizando diferentes energias e aspectos do universo. Vamos explorar em detalhes alguns dos principais orixás venerados na Umbanda:
Iemanjá
Conhecida como a Rainha do Mar, Iemanjá é uma das divindades mais amadas na Umbanda. Ela simboliza a maternidade, o cuidado e a compaixão. Governante dos oceanos, ela representa a vida, pois é no mar que as formas de vida começaram. Suas cores são o azul e o branco, e suas oferendas frequentemente incluem flores e perfumes.
Ogum
Ogum é o orixá do ferro, da guerra e da tecnologia. Ele é invocado para proteção contra inimigos e para superar obstáculos. Sua coragem e força são inigualáveis, fazendo dele um poderoso aliado nas batalhas da vida. Suas cores são o azul escuro e o verde, e as oferendas para Ogum geralmente incluem feijão preto e cachaça.
Oxalá
Oxalá é o pai de todos os orixás, associado à criação do mundo e à humanidade. Ele é um símbolo de paz, pureza e sabedoria. Tradicionalmente, Oxalá é reverenciado com vestes brancas, simbolizando sua pureza e serenidade. As oferendas para Oxalá incluem velas brancas e frutas claras.
Oxossi
Oxossi é o orixá das florestas, da caça e da abundância. Ele é o protetor dos animais e da natureza, trazendo prosperidade e fartura. Suas cores são o verde e o azul, e suas oferendas incluem milho e frutas.
Xangô
Xangô, o rei do trovão e da justiça, é um orixá poderoso e imponente. Ele é invocado em questões de justiça e quando se busca equilíbrio e verdade. Suas cores são o vermelho e o branco, e suas oferendas incluem amalá (um prato típico feito com quiabo) e cerveja.
Iansã
Iansã é a deusa dos ventos, raios e tempestades. Ela representa a transformação e a força feminina. Iansã é dinâmica, corajosa e conhecida por sua paixão e intensidade. Suas cores são o vermelho e o marrom, e suas oferendas frequentemente incluem acarajé.
Oxum
Oxum é a orixá das águas doces, do amor, da fertilidade e da beleza. Ela é a protetora das mulheres e das crianças, sendo associada à riqueza e ao amor. Suas cores são o amarelo e o dourado, e suas oferendas incluem mel e canela.
Nanã
Nanã é a orixá mais antiga, associada à lama, à morte e à sabedoria ancestral. Ela é reverenciada como a grande mãe, a guardiã da história e do conhecimento. Suas cores são o lilás e o branco, e suas oferendas incluem farinha de milho e frutas.
Omulú
Omulú, também conhecido como Obaluaiê, é o orixá da cura e das doenças. Ele detém o poder sobre a vida e a morte, sendo um curador poderoso. Suas cores são o preto e o vermelho, e suas oferendas incluem pipoca e carne de porco.
Conclusão
A Umbanda é uma religião fascinante e diversa, com raízes profundas na cultura afro-brasileira e influências de outras tradições religiosas. Ela enfatiza a caridade, a cura e a conexão com a natureza, e é praticada por milhões de pessoas em todo o Brasil. Embora haja divergências dentro da religião, a diversidade é vista por muitos como uma força positiva que enriquece a Umbanda e permite que ela continue a evoluir e crescer.
Perguntas e Respostas
A Umbanda é uma religião monoteísta?
Não, a Umbanda não é uma religião monoteísta. Embora haja um Deus supremo na Umbanda, há os cultos aos orixás.
A Umbanda é uma religião africana?
Embora a Umbanda tenha raízes na cultura afro-brasileira e muitas de suas entidades tenham origem africana, ela não é exclusivamente uma religião africana. A Umbanda também incorpora elementos do espiritismo, do catolicismo e de outras tradições religiosas.
A Umbanda é uma religião aberta a todos?
Sim, a Umbanda é uma religião aberta a todos, independentemente de sua raça, origem étnica, orientação sexual ou crenças pessoais.
A Umbanda é praticada fora do Brasil?
Sim, a Umbanda é praticada em outros países além do Brasil, em boa parte em tendas ou terreiros criados por brasileiros que residem fora do Brasil.
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